Chuí: Cidade com Maior Proporção de Pessoas sem Religião no Brasil, com 54%, segundo o Censo 2025
Entenda os números que colocam o município gaúcho na liderança da secularização brasileira
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Esse dado representa um aumento expressivo em relação ao último censo (2010), quando cerca de 25% da população de Chuí se declarava sem religião. Ou seja, houve um crescimento de quase 30 pontos percentuais em apenas 15 anos, o que reforça a ideia de uma transformação cultural e social na região.
Comparativo nacional e regional
Para colocar o dado em perspectiva:
Município | % sem religião (2025) | População total |
---|---|---|
Chuí (RS) | 54% | 6.500 aprox. |
São Paulo (SP) | 15% | 12 milhões |
Porto Alegre (RS) | 18% | 1,5 milhão |
Média Nacional | 16% | 203 milhões |
Essa disparidade mostra que Chuí não apenas se destaca estatisticamente, mas também reflete uma realidade sociocultural própria, influenciada por fatores como a proximidade com o Uruguai — um dos países mais laicos da América Latina — e o baixo índice de presença institucional de grandes igrejas no município.
Perfil dos sem religião em Chuí
O Censo também revela que a maior parte dos sem religião no município é composta por:- Adultos entre 25 e 40 anos;
- Pessoas com ensino médio ou superior completo;
- Homens e mulheres em proporções equilibradas;
E uma boa parcela que se define como agnóstica ou espiritualista, embora não siga uma religião formal.
O que dizem os especialistas
De acordo com a socióloga Clara Menezes, especialista em religião e sociedade pela UFRGS:"Chuí é um laboratório interessante de análise porque sua população é pequena, mas altamente conectada com fluxos culturais transnacionais. A influência uruguaia, a falta de pressão social para seguir uma tradição religiosa e o acesso a informações diversas contribuem para o índice elevado."
O que isso significa para o Brasil?
A realidade de Chuí pode ser um indicador de uma tendência nacional de crescimento da população não religiosa, sobretudo em regiões urbanizadas e de fronteira. Embora o Brasil ainda tenha maioria cristã (com católicos e evangélicos somando mais de 80%), há uma clara migração de parte da população para identidades religiosas mais flexíveis, personalizadas ou ausentes.Especialistas alertam, porém, que o fenômeno não representa necessariamente um avanço do ateísmo, mas sim um reposicionamento individual diante da religião institucionalizada.
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